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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Samuel Celestino:"A grande surpresa de Rui"

A eleição de Rui Costa deu-se com uma incontestável vantagem sobre Paulo Souto, em primeiro turno, obtendo 54,53% dos votos contra 37,39% do ex-governador. Mais uma vez, as pesquisas de opinião pregaram uma peça no eleitorado destas bandas, porque sequer conseguiram mudar os percentuais que apresentaram no dia anterior ao pleito, quando erraram também com um resultado de empate cravado em 36% entre os dois candidatos. Se, no sábado, o eleitorado se surpreendeu, no domingo do voto houve a total desmoralização das pesquisas, que não detectaram a espetacular virada de Rui que, seguramente, pela quantidade de votos que recebeu, não ocorreu no dia da eleição.

Dois meses antes, num almoço, o governador Jaques Wagner dissera-me, quando Rui ainda apresentava resultados na casa de um dígito, abaixo de Lídice, que iria ganhar a eleição em primeiro turno, tal como aconteceu quando se elegeu pela primeira vez em 2006. Para o Senado já havia sinais de que Otto Alencar marchava para se eleger senador pelo estado. A vitória de Wagner com Rui, nome por ele escolhido sem que fossem necessárias consultas, colocou-o numa situação privilegiada, chamando a atenção do País para a sua força político-eleitoral. Afinal, dissera na primeira eleição que seria o governador e repetiu com Rui, levando-o a uma vitória no primeiro turno.

Perdeu Paulo Souto.  Em situação pior, o único Ás de ouro que o ex-governador apresentara na campanha, o prefeito ACM Neto, sofreu uma derrota que, certamente, arranhou o seu prestígio, na medida em que seu nome ainda está distante do conhecimento do eleitorado interiorano. Pior. Foi, também, derrotado por Rui Costa em Salvador. São as surpresas da campanha, não tanto quanto os erros das pesquisas. Lembram até o dito dos velhos políticos. Ensinavam eles que resultado de eleição e barriga de mulher só depois da apuração. Ou coisa assim. A moderna tecnologia desfez o dito que se tornou popular, mas não na Bahia. Aqui assim continua, para eleições. Não para a barriga da mulher. Neste caso conhece-se o sexo do filhote três meses depois de iniciada a gestação.

Houve algumas surpresas no País, entre as quais no Rio Grande do Sul, onde Tarso Genro, que liderava, caiu abrindo espaço para o segundo turno. Ficou em primeiro o candidato que estava distanciado em terceiro lugar. Em relação ao País, uma grande virada aconteceu, embora esperada por Aécio Neves (só por ele), que, incansável, não entregou os pontos quando Marina Silva se distanciou e, muito, ao ultrapassá-lo e deixando-o com 10% das intenções de votos nas pesquisas. 

Finda a comoção nacional com a morte de Eduardo Campos, com apenas dois minutos para usar na propaganda eleitoral, a candidatura de Marina foi desconstruída por Dilma Rousseff. Enquanto isso, pouco a pouco Aécio ascendia até ultrapassá-la na véspera do pleito e deu um pulo maior no domingo chegando muito próximo à posição de Dilma Rousseff. O resultado, de certo modo, também surpreende, mas nem tanto. Determinará um eletrizante segundo turno. Dilma terá vantagens expressivas no Nordeste, mas dificuldade acentuada em São Paulo, como ficou claro na eleição em primeiro turno, com Aécio liderando. 

O mineiro poderá, ainda, com a ajuda de Alckmin, que venceu em primeiro turno, arrebatar os votos recolhidos por Marina, o que é possível acontecer ainda no Rio de Janeiro, e virar Minas Gerais, onde perdeu por pouco para a presidente. Neste caso, passa a ser uma obrigação de Neves vencer por ser mineiro e duas vezes governador do estado.

O que acontecerá é impossível prever, mas é certo que Aécio ficará sem teto na Bahia, quarto colégio eleitoral do País, e com dificuldades em toda a região nordestina, reduto do petismo. Terá que vencer bem no Sul/Sudeste e, também, no Centro Oeste. Deste modo, o espetáculo ainda não terminou. Alegrou e surpreendeu no primeiro turno e sinaliza para acontecimentos eletrizantes no final do segundo turno. 

Para os eleitores baianos, com o governo já definido, a festa será nacional. Em torno da eleição presidencial quando tudo poderá acontecer.