NOVA RÁDIO CLUBE SERRINHA 24 HORAS NO AR

RADIOS NET:MELHOR PLATAFORMA DE RÁDIOS

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.
DISSE JEOVÁ DEUS: "Eu sou Jeová.Eu costumava aparecer a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso,mas com respeito ao meu nome, Jeová,não me dei a conhecer a eles".Êxodo 6:1-30

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Cerca de 30 mil pessoas vão às ruas de Juazeiro em defesa da convivência com o Semiárido


Na próxima terça-feira (21), última antes do 2º turno da eleição para presidente, agricultores
e agricultoras familiares de todo o Semiárido vão ocupar as ruas de Juazeiro (BA) em defesa
do projeto de convivência e para expressar as conquistas e lutas dos povos do Semiárido. O
ato público, que pretende reunir cerca de 30 mil pessoas vindas de Minas Gerais e de todos os
estados do Nordeste terá concentração na orla nova de Juazeiro a partir das 7h.
Segundo a Coordenadora Executiva da Articulação Semiárido (ASA) pelo estado de Minas
Gerais, Valquíria Lima, a mobilização de milhares de pessoas é para anunciar ao Brasil as
mudanças significativas que o povo do Semiárido passou nos últimos anos. “Essas mudanças
são reflexo de muita luta social, de muita resistência das comunidades, e por estarem
vivenciando as políticas públicas de convivência em diversos campos, como da democratização
do acesso à água, possibilidades de mais créditos que fortalecem a agricultura familiar e
camponesa, programas governamentais de aquisição de alimentos, fortalecimento das
sementes, entre outros”, assegura.
Em carta divulgada na semana passada “Pelas vidas e dignidade no Semiárido, apoiamos
Dilma”, a ASA atribui ao projeto de convivência construído pela sociedade civil organizada
com atuação no Semiárido o impacto da última seca vivenciada na região (2010 a 2013).
Apesar de ter sido considerada a pior dos últimos 30 anos – em alguns lugares, dos últimos
60 anos – não causou nenhuma morte humana. “Esse resultado, a ASA credita à sua própria
ação e aos programas e políticas governamentais dirigidos ao Semiárido, entre os quais se
pode enumerar: Bolsa Família, Bolsa Estiagem, Seguro Safra, Cisternas de Consumo Humano,
Cisternas e Tecnologias Sociais para captação de água para produção”, diz um trecho da carta.
O documento afirma que o Semiárido chegou à marca histórica de um milhão de cisternas
de placa de cimento construídas, que armazenam 16 bilhões de litros de água da chuva de
forma descentralizada ao lado da casa de cada família (nas cisternas, estão guardadas 16 mil
litros de água). São mais de cinco milhões de pessoas que bebem e cozinham com essa água.
Isso também significa que milhares de mulheres não precisam mais carregar baldes por horas
todos os dias para abastecer sua família. Nas propriedades das famílias agricultoras, também
estão instaladas 67.780 tecnologias que armazenam água para a produção de alimentos e
criação animal. Uma água conhecida como água de comer.
Além da ASA, várias organizações da sociedade civil e movimentos sociais lançaram cartas
abertas e documentos em apoio à Dilma, a exemplo da Escola Nordeste da CUT, da Articulação
Nacional de Agroecologia (ANA) e dos Movimentos Sociais de Pernambuco.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no estado de Pernambuco
(Fetape), Doriel Barros, esse ato “é para evitar a volta de um passado que oprimia os
trabalhadores rurais e não dava oportunidades reais de assegurar a cidadania e a dignidade
para as famílias agricultoras. Reconhecemos que o projeto político da presidenta Dilma é o que
melhor nos representa.”
Dirigente do Movimento dos Atingidos pela Barragem (MAB), Marta Rodrigues, destaca a
importância deste momento político não só para o campo, quanto para as cidades brasileiras.
“Há a necessidade da população brasileira se articular, não só a rural, mas a urbana, para não
dar possibilidades de retrocessos no campo social. Há dois projetos políticos em questão. Um
não atende às demandas populares, ameaça a soberania energética, hídrica e alimentar do
Brasil. E outro que promoveu alguns avanços sociais com medidas que têm modificado a vida
do povo, principalmente as mulheres e a juventude.”
O ato também terá um caráter reivindicatório dos movimentos sociais para que a candidata
Dilma assuma, nesta segunda gestão, compromissos em campos com pouco ou nenhum
avanço como a demarcação dos territórios das comunidades tradicionais, a reforma agrária,
a defesa do direito de comunidades e povos de permanecerem nos seus territórios em
contraposição aos projetos do agronegócio, das empresas mineradoras, monoculturas de
eucalipto e soja, entre outras culturas que avançam sobre os biomas Cerrado e Caatinga, entre
outros campos.
“Nós ainda precisamos avançar muito mais nestes campos”, assegura Valquíria acrescentando
que está sendo preparado um documento com os compromissos que os povos do Semiárido
desejam ser assumidos por quem conquistar o pleito.
Organização – A mobilização é realizada pela sociedade civil organizada que tem declarado
apoio à Dilma. Assinam a promoção do ato: ASA, Movimento dos Pequenos Agricultores
(MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos
pelas Barragens (MAB), Movimento Sindical, Articulação Semiárido Vivo, Levante Popular da
Juventude, Consulta Popular, entre outros.
Sobre o Semiárido - Nesta eleição, as redes sociais voltam a ser canal de expressão de
preconceitos contra os nordestinos, revelando que ainda há uma visão estereotipada e
desconhecedora da região, que tem caraterísticas semiáridas em 70% do seu território.
Comparando com a dimensão nacional, o Semiárido corresponde a 13% de terras brasileiras,
porque ainda engloba a parte norte de Minas Gerais e o Vale de Jequitinhonha.
Cerca de 40% da população que vive nos municípios do Semiárido estão no campo. Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o Semiárido concentra 30,5%
das propriedades da agricultura familiar de todo o Brasil e lá se encontram 77% dos brasileiros
que trabalham no campo. Fonte:Email-Mirian Oliveira(Foto)