NOVA RÁDIO CLUBE SERRINHA 24 HORAS NO AR

RADIOS NET:MELHOR PLATAFORMA DE RÁDIOS

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.
DISSE JEOVÁ DEUS: "Eu sou Jeová.Eu costumava aparecer a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso,mas com respeito ao meu nome, Jeová,não me dei a conhecer a eles".Êxodo 6:1-30

terça-feira, 15 de julho de 2014

Samuel Celestino:"De volta à realidade"


Bem, a Copa do Mundo fica no passado, mas nem tanto. As próximas emoções agora estão reservadas às eleições de outubro, tanto para a Presidência como para os governos estaduais, Congresso e assembléias. Antes, muito se falará sobre o campeonato mundial, inclusive os seus reflexos políticos que em pouco tempo se tomará conhecimento. As pesquisas eleitorais logo, logo, virão e darão uma resposta pelo menos imediata. O que acontecer, a partir das constatações populares, poderá não ter vida longa. Afinal, com o resultado da Copa muito recente, o estrondoso fracasso do futebol brasileiro - o maior da sua história - ainda permanecerá vivo. Por quanto tempo, é de difícil saber. 
 
A Copa foi politizada inadequadamente. Não no seu início, porque havia o medo de que as ruas entrassem em erupção, mas ao se verificar que os elogios sobre a sua organização se generalizavam no Brasil e no exterior como “a Copa das Copas”, era de esperar que a politização retornasse, também, para o futebol, do qual se esperava muito, inclusive o hexa. Houve um erro generalizado, vindo de todos os setores da sociedade, inclusive da mídia, principalmente a esportiva, que de início não enxergava as diferenças entre as principais seleções além da desorganização total, principalmente tática, do selecionado brasileiro.
 
Pior, por se realizar no País, havia uma cegueira nacional que somente foi constatada na semifinal e na final. Não havia seleção brasileira, e sim um agrupamento desorganizado de jogadores que não entendiam o que fazer e como fazer em campo. Embora, de certo modo, relativamente nova em idade, o futebol brasileiro estava distante da evolução que ocorrera na Alemanha. É claro que isso não aconteceu somente em relação ao futebol brasileiro, mas igualmente se abateu sobre os selecionados da Espanha, Inglaterra, Itália, além de Portugal. São países importadores de jogadores, enquanto os alemães prepararam os seus, nada escondido, mas não se observava para a nova escola alemã de preparação de jovens jogadores.
 
O que isso significa? Uma desorganização generalizada a partir da corrupção que está presente, de há muito, na CBF, nas federações estaduais, no Congresso Nacional com a “bancada da bola” e na Câmara dos Deputados. É só observar o presidente da CBF, José Maria Marin e seus antecessores, João Havelange e seu genro Ricardo Teixeira. Todos bilionários, enquanto os clubes, também com corrupção interna, estão endividados, de sorte que são normais os atrasos de salário. Não é preciso ir longe: basta observar os dois grandes clubes baianos, que de grandes não têm nada, o Bahia e o Vitória, o primeiro tentando se democratizar, com dificuldades, enfrentando a herança que recebeu de diretorias anteriores.
 
A história deste comentário não é, porém, o futebol baiano – que é apenas o reflexo do que acontece no Brasil – e sim  a débâcle histórica do selecionado brasileiro, desmoralizado na Copa organizada pelo governo às custas de gastos estonteantes, monumentais. Um País deficiente de quase tudo, atravessando um período de economia em crise, que aponta para um PIB de 1% para este ano; de inflação; de queda na arrecadação, embora com uma carga tributária altíssima; queda no emprego e carente de projetos grandiosos para a saúde e a educação. Vende-se, na política, uma queda na desigualdade social, que de fato aconteceu, mas agora nem tanto, em face da inflação. O Brasil é um país que dá dinheiro às classes inferiores por não ter condições de dar emprego. 
 
Tudo o que vem acontecendo, inclusive o fracasso indecente do futebol brasileiro, antes “alegria do povo no País do futebol” não era certamente esperado. O que aconteceu? As manifestações que aqui se registram, as vaias recebidas pela presidente Dilma nos estádios (voltou a acontecer no Maracanã), também faz parte do dia a dia dos argentinos. Eles tinham e têm o que comemorar. Afinal perderam uma Copa no final da prorrogação, mas viveram uma madrugada de domingo para segunda de manifestações, destruição de lojas, incêndios, pancadarias. 
 
A Argentina está imersa num processo de pobreza, um país que já foi, no início do século passado, um dos mais ricos do mundo. Eles queriam dar a volta por cima com o seu futebol. De repente, retornaram à realidade. Nós estamos em outro patamar, mas há, também, descontentamentos populares. Por quê? Perguntem aos políticos. Fonte:Atarde(Texto/foto(Samuel Celestino)